quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Ajuda para fazer o currículo
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Mudanças para 2009
Além dos comentários, outra forma de interagir com o blog e os outros leitores, mostrando sua opinião, é participar das enquetes. Responda-as para que eu tenha uma idéia melhor de quem visita o blog.
Caso queira falar comigo, existe um formulário de contato pelo qual você pode mandar uma mensagem diretamente para meu email e assim fazer-se ouvir. Aqui eu não costumo responder os comentários diretamente porque a maioria não deixa o email, mas se você deixar o seu esteja certa de que eu entrarei em contato.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Espelho, espelho meu
Há mulheres que pagam um alto preço para manter a forma, algumas pagam até com a vida, mas eu acho que tudo tem um limite. Preocupar-se com a aparência e tomar cuidados com ela, lançando mão da tecnologia acho normal, o que não acho normal é a verdadeira obsessão que algumas têm quanto ao próprio físico.
Eu tinha uma aluna que entrava em profunda depressão e recusava-se a comer por semanas se ganhasse um quilo. Como ela há outras que supervalorizam a aparência a acabam esquecendo-se do resto: preparar-se para uma profissão, cultivar o espírito, as amizades e integrar-se à sociedade de forma natural e saudável.
Se tudo o que você faz começa ou termina na academia ou no salão de beleza, está na hora de repensar seus valores. Será que você não está deixando de lado coisas importantes e supervalorizando algo que não é eterno e mais cedo ou mais tarde - isso você cuidando ou não - irá se deteriorar?
Não se apegue só à sua aparência, porque se ela for tudo o que você tem, quando ela se for o que sobrar de você valerá o que?
Leia também:
Não jogue contra o patrimônio
Esse negócio de idade
domingo, 28 de dezembro de 2008
Vão-se os dedos...
Se por um lado isso é muito bom, por outro lado perdemos coisas que nossas avós tinham e que lhes davam muito prazer. Já não acompanhamos o crescimento de nossos filhos, que passam parte do dia com babás ou na creche. Nem sempre temos disposição para uma noite de amor, depois de um dia de trabalho massacrante, ou sabendo que teremos uma reunião importante no dia seguinte logo de manhã. Pouco tempo nos sobra para o lazer, para as experiências culinárias, para os papos com as amigas.
Mas tudo tem um preço e nada do que é importante e bom vem fácil, certo? Abrimos mão de certas coisas que nos davam prazer mas em compensação nos livramos de outras que eram o martírio da mulher a algumas décadas. Já não precisamos nos conformar com maridos violentos, mulherengos, possessivos, podemos nos livrar deles quando bem quisermos sem o risco de passar fome.
E há muitas outras vantagens que talvez esqueçamos na hora de contabilizar as perdas. Se aconteceram débitos, a coluna de créditos também está enorme e é para ela que devemos olhar sempre que nos bater aquela vontade imensa de ficar em casa engordando e falando mal dos outros.
Leia também:
Minha vizinha está desempregada
Postura profissional
Vida fácil
sábado, 27 de dezembro de 2008
Mucama de luxo
Mas espera aí, pára tudo! Se olhar em volta vai ver que não é bem assim, muitas apenas mudaram de lugar, mas continuam mucamas, nada mais que escravas que servem em duas senzalas diferentes. Conheço muita mulher que age de forma tão subserviente no trabalho que parece mãe do patrão!
Parece que voltamos à estaca zero, tem mulher que só falta lamber o chão que o chefe pisa! Tudo bem que você é secretária e tem por obrigação servir a seu chefe, mas há uma diferença entre obediência e hierarquia e SUBSERVIÊNCIA!
Muitas funcionárias não sabem se impor, baixam os olhos e o tom de voz quando se dirigem ao patrão, não sabem dizer nada a seu favor nem defender seu ponto-de-vista! Quando muito, correm para o banheiro com tudo entalado na garganta e lá choram por horas seguidas?
A nova mulher tem que ter coragem e esquecer a idéia de que "o homem é naturalmente superior". Se chegamos onde estamos, garanto que não foi baixando a cabeça e aceitando tudo caladas, como fazem as árabes.
Não é necessário ser uma batalhadora constante nem uma guerreira nata pra saber que a servidão ficou pra trás e que de agora em diante o que menos interessa ao patrão é o seu sexo, com certeza o que ele vai avaliar é que tipo de funcionária você é e qual a sua atitude profissional.
Se a melhor maneira de descrever sua posição frente à sua carreira e ao seu patrão é "de quatro", não reclame se alguém resolver subir em cima e mandar a espora!
Leia também:
Feriado da Consciência Negra
Mulher faz a diferença
Sinal dos tempos
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Como conciliar a carreira e o trabalho de casa?
A primeira regra para não deixar a peteca cair é organização. Muito já se disse sobre isso, mas tudo o que se diga nunca é demais. Mulher desorganizada é o ó do borogodó. Mas olha só quem está falando, eu sou a rainha da bagunça!
Se você é bagunceira como eu fique tranquila porque ser bagunceira é diferente de ser organizada. Ser organizada (em minha modesta opinião) nem se trata de conseguir fazer TUDO mas estabelecer prioridades e fazer pelo menos O QUE É MAIS IMPORTANTE.
Nem vou pedir pra você ter bom-senso porque é de praxe mulher não ter nenhum - eu pelo menos não tenho - mas quem decide o que é e o que não é importante é você. E pode estar certa de que se você descobrir (tarde demais) que estava errada, quem vai pagar pelas consequências é você.
Se você decidir que sua aparência é mais importante e que deve então passar a tarde no salão de beleza fazendo as unhas e luzes nas madeixas para estar deslumbrante na segunda, e decide dar o bolo na reunião mensal da sua empresa para fazer isso, o problema é todo seu. A cabeça loira é sua e o pescoço perfumado e bem hidratado que vai pra degola é o seu, e não o meu. A menos que seu chefe entenda e aprove a sua escolha, quem vai pra rua e depois disso ficar uns meses sem poder pisar os delicados pezinhos num salão é você, portanto pense bem... Melhor seria cancelar o chá beneficente da sua tia solteirona pra ir ao salão, não acha?
Bem, já deu pra perceber que pra se organizar você precisa de uma agenda, anotar tudo o que tem, precisa, quer ou poderia fazer no seu dia de forma bem realista (até decreto-lei contrário ele só tem 24 horas, não se esqueça desse pequeno "detalhe") e administrar seus compromissos.
Já nem falo mais em "cumprir", porque nunca que nós vamos conseguir cuidar da carreira, dos filhos, cachorro, marido, aparência, vida social, trabalho de casa, etc, etc... Já estou falando em "administrar", que é a salvação da lavoura quando temos "n" coisas para fazer e não há tempo suficiente para todas elas.
Leia também:
Você sofre de Síndrome de Cinderela?
Seu marido tem ciúme do seu trabalho?
Não jogue contra o patrimônio
Esse negócio de idade
Mulheres, trabalho e família
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Minha vizinha está desempregada
Concordou mas não cumpriu, aluguel atrasado, brigas... ele foi embora. Ficou a vizinha, desempregada, filho pequeno para criar. Não é uma situação incomum, muita gente passa por isso todo dia. Vai à luta, arranja emprego, cria o filho sozinha.
Não é o caso da vizinha. Isso aconteceu já faz um mês e ela acorda tarde, fica na casa da outra vizinha batendo papo, falando mal do marido em tom de voz alto para assegurar que todos os vizinhos ouçam, ouvindo música e vendo TV.
Espicha os olhos para os maridos das outras vizinhas, imagine. Um perigo! Mas é claro que acho essa atitude deplorável. Não foi assim que eduquei minhas filhas, felizmente. Sempre ensinei que primeiro a gente constrói uma carreira, estuda, tem uma profissão. Depois a gente se casa. Se não der certo é uma pena, mas a vida não para por causa disso. E nem paramos de comer.
Mas como minha vizinha há muitas outras por aí. Na certa espera outro candidato para assumir a manutenção da casa, porque para mim parece óbvio que na cabeça dela não passa nem de longe a idéia de assumir esse encargo.
É uma pena porque ela tem a oportunidade de tomar a direção da própria vida nas mãos. Tem a chance de conquistar sua liberdade e seu lugar ao sol. A chance de ser alguém independente e produtivo, que não tem que aturar o que não deseja nem satisfazer os desejos de outrem - a não ser que também sejam os seus.
Como minha vizinha há muitas outras que acham que um homem lhes proporcionará tudo o que sonharam. Esse homem - que nas histórias vinha montado num cavalo branco - só existe em suas imaginações. O príncipe do cavalo branco na verdade somos nós mesmas. Quem pode proporcionar o que você sonha é você mesma, com seu trabalho. Quando você conseguir isso deixará de ser escolhida. Quem se garante e se mantém conquista o direito de escolher.
domingo, 7 de dezembro de 2008
Postura profissional
Apesar de trabalharem e necessitarem do emprego para a sobrevivência não conseguem encarar isso de forma profissional. Presenciei várias vezes colegas que levavam bronca e corriam ao banheiro para chorar e depois ficavam "de mal" do chefe. Ou que se atrasavam porque o bebê teve dor de barriga. Ou que não compareciam a reuniões porque "o marido não deixou".
Ora bolas, como podemos ser levadas a sério se uma boa porção de mulheres ainda não percebeu que trabalho é compromisso? Que devemos deixar do lado de fora os problemas pessoais e que ficar pendurada no telefone o dia inteiro com a babá porque o filho não quer comer só contribui para que sejamos discriminadas ao procurar um emprego?
Antes de ganhar a confiança do patrão temos que provar que não somos desse tipo, que somos "as boazinhas", que encaram a profissão como uma carreira e que separam a vida profissional da pessoal. Trabalho para nós não é bico, é necessidade. Necessidade material, espiritual, social e fundamental. Não trabalhamos apenas para ganhar dinheiro, trabalhamos porque achamos o trabalho necessário para qualquer ser humano que seja maior e que esteja no uso de suas faculdades mentais.
Essas aí que vão para o emprego apenas para dar trabalho aos outros e causar problemas e que desde o momento que chegam estão contando as horas que faltam para ir embora, nos façam um favor: fiquem em casa. Retirem-se do mercado de trabalho e parem de denegrir nossa imagem. Nós outras que também somos mulheres levamos a coisa a sério e não queremos ter que pagar o ônus pelas dondocas que um dia resolveram que seria bom passar um tempo fora de casa. Se querem mesmo ficar umas horas fora de casa, por favor marquem hora no salão de beleza. E fiquem por lá.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Você sofre da "Síndrome de Cinderela"?
Bobagem? Pode ser, mas desde a infância fomos condicionadas pelas historinhas que contavam para nós, a pensar que um dia ele apareceria montado em seu cavalo branco e então não haveria mais tristezas nem problemas. Viveríamos felizes para sempre - e a história acaba aí.
Não se explica que após casar-se com o Príncipe a Cinderela tinha que dar um duro danado para manter o castelo limpo e arrumado e ainda por cima fazer um banquete especial para suas centenas de convivas.
De qualquer forma, é um modo simplista e infantil de encarar a vida, achando que uma pessoa mágica virá e então arrancará de nossa existência sem-graça toda a tristeza e preocupação. Como a chegada desse Príncipe é pouco provável, convém que cresçamos e encaremos os problemas de frente. Na falta de um Príncipe, temos que aprender a lidar com nossas agendas cheias de tarefa e entender que somos apenas humanas e que não podemos exigir de nós mesmas a perfeição.
Temos que fazer opções, e quando optamos escolhemos algumas coisas e abrimos mão de outras. Ao optar decidimos o que é mais importante e concentramos nossa atenção e esforço no que escolhemos.
E temos sonhos sim, mas são reais e "alcançáveis", sonhos possíveis. Batalhamos por eles e nos congratulamos com nossas pequenas vitórias. Não vale a pena esperar pelo Príncipe. Podemos nós mesmas transformar nossa vida, com determinação e vontade. Ah, e um pouco de organização também não faz mal a ninguém.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Feriado da "consciência negra"
Devia haver também um feriado para mulher que trabalha fora. Haja Deus, é tanta correria para equilibrar casa e trabalho! A gente tem que matar um leão por dia! E matar só não adianta, tem que matar, tirar o couro, cozinhar a carne pro almoço, congelar o resto pra janta e ainda por cima limpar a sujeira toda!
Arre que vida de mulher que trabalha parece filme. Sempre cheia de emoções e novidades. Uma hora a lavadora quebra, na outra o filho rola da escada. O cachorro morde o menino do vizinho. E o chefe quer aquele projeto pronto pra ontem! Você que se vire pra dar conta de tudo e estar toda perfumada e de camisola sensual à noite, senão vai ter que virar pai e mãe de seus filhos.
Ufa, ainda bem que hoje é feriado...
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Fazendo aliadas contra o assédio
Se houver um bom número de funcionárias que concordem em tomar providências, a coisa pode ser resolvida "em casa", por assim dizer. Basta unirem-se e irem falar com o chefe imediato dele. Se ele for o patrão supremo, também funciona irem conversar com ele a portas fechadas, de preferência todas juntas e levando consigo seus maridos, namorados, pais ou irmãos. Quanto mais gente, melhor.
Se nada for conseguido com isso, seria a hora de uma denúncia à justica, seja do trabalho ou mesmo a justiça comum. Com várias denunciantes o caso ganharia força e com certeza seriam ouvidas. Com várias denunciantes seria muito mais fácil de comprovar-se o assédio do que com uma só.
Pense nisso e se for o caso, comece a juntar aliadas para tomar providências. Não permita que abusem de você no seu ambiente de trabalho.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Seu marido tem ciúme do seu trabalho?
Como o irmão mais velho que se queixa da atenção exagerada que ele julga que a mãe dá ao irmão caçula, é comum o homem queixar-se de que a mulher dá mais atenção ao trabalho que a ele mesmo. Já tive até um namorado que um dia me disse, irado: "Você devia se casar com seus alunos porque não dá bola pro seu namorado".
Acusações assim são difíceis de engolir, porque se nos esmeramos no que fazemos é porque dependemos do que fazemos para viver, e queremos desempenhar nosso trabalho de forma eficiente. Mas os homens não perdoam toda essa eficiência, acho que queriam um emprego que simplesmente sumisse quando eles aparecessem em casa.
Quando seu marido reclama demais do seu emprego, acho que cabe também um exame de consciência de sua parte, quem sabe você não está se escondendo atrás do serviço para fugir dos problemas de casa? Eu mesma já fiz isso e descobri que esse comportamento não resolve nada, só complica as coisas.
O melhor mesmo é você conversar com seu marido e juntos descobrirem QUANTO de sua vida particular pode ser sacrificado com seu trabalho e QUANTO deve ser dedicado a vocês. Estabelecidos os limites trate de respeitá-los porque se não o fizer estará abrindo a porta para uma vida voltada apenas para o trabalho em detrimento de todo o resto.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Blogar por profissão
A idéia de ficar em casa escrevendo é super tentadora. Meu marido acha que não vou agüentar ficar longe do convivio dos alunos, mas nem sei se vou parar totalmente de dar aulas. Se conseguir conciliar um número pequeno de classes com o estilo de vida que quero ter e o ritmo de trabalho que quero atingir não vou largar, mesmo porque fiquei anos me aperfeiçoando na área do ensino e nos idiomas inglês e espanhol.
Mas que a escravidão está com os dias contados, isso você pode apostar!
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Assédio sexual
Demorou para que a legislação abrisse os olhos para esse autêntico crime cometido contra as trabalhadoras que necessitam de seu emprego para viver. E muitas de nós preferem ganhar o pão de cada dia com dignidade, ou seja, fazendo exatamente aquilo que somos pagas para fazer, não incluindo aí favores de qualquer natureza, principalmente a sexual.
Há chefes e chefes, alguns acham que por ter mulheres sob suas ordens podem usar e abusar, fazer gracinhas de mau-gosto ou pressioná-las pra que o sirvam de outras formas que não estão explicitamente mencionadas no contrato de trabalho.
Infelizmente a justiça abre-nos uma porta para um cômodo vazio quando nos acena com a possibilidade de recorrer a ela em caso de assédio. Os casos dessa natureza são difíceis de comprovar, já que as possíveis testemunhas também estão sob o jugo do réu. Dificilmente um colega de trabalho irá testemunhar contra o patrão, e há casos em que a funcionária conseguiu provar o assédio mas foi demitida a seguir.
A justiça também vê a mulher que queixa-se de assédio como uma possível golpista. A exemplo do que acontece com as que se queixam de estupro, elas são tratadas como se fossem elas as criminosas e não o acusado.
Ainda impera entre nós o pensamento machista de que se o homem avançou o sinal é porque a mulher permitiu ou o fez pensar que seria bem-vindo, seja por seu comportamento ou por sua maneira de vestir-se. Ou seja, para provar o assédio primeiro a mulher TEM QUE PROVAR QUE NÃO PARTIU DELA O CONVITE, mesmo que indiretamente.
Muitos chefes ainda se justificam alegando que "ela dava bola" ou "também, olha a roupa que ela veste", como se o modo de uma pessoa trajar-se fosse um convite implícito para o sexo. O fato de uma mulher usar uma calça justa, uma blusa decotada ou uma saia curta não dá a ninguém o direito de vir com gracejos ou fazer propostas cabeludas. O fato de ser bonita, alegre e comunicativa não dá a ninguém o direito de aproximar-se e pressioná-la para obter dela favores sexuais.
Apesar de todas as dificuldades, ainda acredito piamente que a mulher não deve abaixar a cabeça, e mesmo não concordando, ouvir calada e agüentar as pressões dessa natureza. Rendemos bem em um ambiente de trabalho saudável e agradável. Portanto se seu chefe vier com gracejos não solicitados corte, ameace, esbraveje. E se for o caso, denuncie.
domingo, 9 de novembro de 2008
Aposentadoria
Em primeiro lugar eu gosto do que faço e gosto de me sentir um membro participante e ativo da sociedade como um todo. Adoro sentir que também contribuo com minha mísera parcela para o engrandecimento do país.
Também acho que quem se enfia em casa acaba embotando a mente e ficando com Alzheimer, artrite, diverticulite e outros "ite", além de chatice crônica e imbecilidade aguda. E não é justo batalhar tanto para crescer como profissional e depois largar tudo.
A solução que encontrei foi ir reduzindo aos poucos, ano passado estava com 13 classes, agora estou com 9 (o que ainda é muito), ano que vem estou reduzindo para 6. A idéia é ficar mais tempo em casa e curtir a vida e a família.
De que adianta trabalhar tanto e batalhar para ter conforto, um sonzinho maneiro, pc legal, Tv última geração, se não temos tempo de relaxar e curtir nada disso? Não dá, não é? Então aos poucos vou me afastando, à medida que vou me dedicando mais aos blogs, que irão preencher meus dias nos anos vindouros.
A idéia principal é trocar de profissão, ficar mais em casa, curtir a vida e não ficar presa a horários e patrão. Quem sabe assim essa história de "mulher que trabalha" mude.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Dia das bruxas
Agora imaginem se não fosse. Fui à escola de manhã porque precisava dar uma prova de segunda chance a alguns alunos que não conseguiram nota na primeira. E isso depois de 5 aulas de monitoria, com tudo explicadinho de novo tintim por tintim. E acredita que alguns não passaram?
Quando acontece isso dá vontade de jogar tudo pro alto e ficar mofando em casa. Sinceramente há horas em que me sinto inútil, falando com as paredes. A gente prepara a aula, explica da melhor forma, dá segunda chance quando não conseguem. De 9, 2 fizeram tudo aquilo exatamente que eu falei que não era para fazer. Cometeram aqueles mesmos erros de novo.
Onde será que está o erro? Juro que procuro formas todos os dias de facilitar, mas parece que tem gente que nasceu pra complicar. Me dá um desânimo... Cada vez que um aluno não consegue quem se sente fracassada sou eu. Parece que cada aluno que tira nota abaixo da média na verdade está dando uma nota PARA MIM. A cada aluno que avalio parece que estou avaliando a mim mesma e ao meu trabalho.
Tomara que na prova final o resultado seja diferente...
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Folga? Quem foi que disse isso?
Por quê é que a casa está sempre uma bagunça no dia de folga? Por quê o monte de roupas sujas fica maior? Por quê fica aquela montanha de louça suja na pia? E tudo esperando que a gente dê um jeito... Ai meu Deus, assim não agüento, doarei minhas folgas pra quem quiser!
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Esquisitices
Bem, agora está na minha hora, sou um ser humano e também tenho que dormir... infelizmente...
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Vida fácil
Estávamos pois bem sossegados tomando um café e conversando quando de nós se aproximou uma moça na casa dos 20 e poucos anos (talvez nem isso) com duas crianças, uma de dois anos que puxava pelo braço e outra de colo. Pediu um real e quando disse que não tinha (tenho por hábito não dar esmolas) ela continuou pedindo, e quando eu disse que não ia dar mesmo perguntou:
- Nossa, moça, minhas crianças estão com fome. Não vai me pagar pelo menos um salgadinho para minhas crianças que estão com fome?
A moça e as crianças estavam bem arrumadinhas e limpas, a moça até vestia uma calça jeans e uma blusinha da moda. Estava até elegante, naquela elegância de clones que costumam vestir os jovens hoje em dia, viu um já viu todos.
Não sei se fui mal-criada com ela, que se afastou xingando. Depois comentei com meu marido que a uma hora daquelas, se realmente não tinham dinheiro nem para um salgadinho, não seria mais lógico que ela estivesse trabalhando para garantir seu sustento e o dos filhos?
Se tivesse que me definir com uma palavra um dia eu diria "observadora". Eu simplesmente observo. E durante a semana quando vou para a escola é muito grande o número de mulheres jovens, cheias de sacolas, indo e vindo nas ruas de comércio arrastando suas inúmeras crianças pela mão. Uma ou outra passa rápida, provavelmente rumo ao serviço, assim como eu. As outras, que se dão ao luxo de ir e vir pelas lojas em dia de semana, me parece que estão simplesmente torrando o dinheiro que algum idiota está nesse mesmo momento se esfolando para ganhar.
Não condeno a mulher que prefere ficar em casa cuidando da casa, dos filhos e do marido. É uma escolha de cada uma, mas a mim me parece que é grande o número de mulheres que estão por aí à toa, enquanto seus homens tratam de ganhar a vida. Considero isso o fim da picada, porque está na cara que um trabalhador a mais na família faria uma grande diferença.
Essas mulheres às quais aqui me refiro e que fazem a alegria das lojas de 1,99 e de roupas de baixa qualidade não se concentram em supermercados, pelo contrário, estão nas lojas de calçados e de roupas, e se vestem muito bem. Muitas vezes com crianças mal ajambradas ao lado, mas elas, sim, sempre vestidas na modinha simples que se multiplica nos corpos das jovens de baixa renda e escolaridade.
Acredito que a culpa disso tudo nem seja delas, foram criadas ouvindo a promessa de que nem precisariam estudar muito porque em breve encontrariam um homem para sustentá-las. Conheço algumas assim, que falam isso abertamente e não têm o mínimo pudor de admitir que estão esperando apenas um homem que as "assuma". Muitas dizem isso até para os pretendentes, e a partir daí creio que negociam as demais cláusulas do contrato informal tão comum hoje em dia.
É triste ver essas jovens que poderiam aspirar uma carreira, um futuro melhor para si e os seus, mas limitam-se a ser prostitutas mal pagas (nem sempre) de um homem só, vítimas e beneficiárias desse mercado que por mais que se pregue a libertação da mulher, perenizam nossa condição de escravas que vendem seus préstimos a quem oferecer o lance mais alto.
(zailda coirano)
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Mulher faz a diferença
E não é que na hora do "vamos ver" as mulheres fizeram a diferença? Foram ouro onde os homens ganharam prata; prata onde os homens batalharam um bronze; bronze onde os homens foram desclassificados.
Benditas mulheres que além de suas jornadas duplas (que com certeza esportista também tem que cumprir) ainda abraçaram uma causa, um ideal. Foram, viram e venceram!
sábado, 23 de agosto de 2008
Domingo é dia de branco
domingo, 17 de agosto de 2008
Mudança no blog
Também há mais lugar para me comunicar com vocês, mais espaço nas colunas novas. Acho que assim ficou melhor aproveitado. E você, o que acha?
Não jogue contra o patrimônio
domingo, 3 de agosto de 2008
Semana agitada de início das aulas
Esse semestre prometi a mim mesma que não vou priorizar o trabalho em detrimento da casa, então é aquela coisa: correria para aprontar almoço e jantar, passa uma vassoura aqui e lava uma louça ali... pronto, já está na hora de correr para a escola.
Isso até que é bom porque assim quem sabe eu perca ainda uns quilos. E fique mais em forma, porque vida sedentária acaba com o físico e o espiritual da gente. Quanto mais atividade temos, mais nos sentimos com vontade de realizar coisas. Se ficamos em casa apenas descansando e arrastando o chinelo da frente da TV para a frente do fogão, logo estamos cheios de achaques e dores para todo canto.
Acho que a atividade nos mantém vivos por mais tempo, e desde que me lembro sempre "inventei moda", arranjando dezenas de coisas para fazer. Tenho projetos e mais projetos esperando na fila até eu ter tempo de começá-los, e sempre aparece mais um. A criatividade é exacerbada pela rotina movimentada, porque à medida que os problemas e situações que precisam de soluções urgentes aparecem, as idéias vão nascendo.
Acho que o progresso só foi possível porque a cada problema que aparecia alguém tinha uma idéia de uma solução. Assim nasceram as grandes invenções, e é bem por isso que não quero parar de trabalhar. Sinto que quando finalmente eu me retirar do mercado de trabalho minha fonte inesgotável de inspiração irá secar.
Um dia essa hora irá chegar, mas por enquanto vou bem, obrigada, na correria de um lado pro outro pra não deixar a peteca cair. Chuta e cabeceia daqui, depois corre para a pequena área para defender. Depois é só sair para o abraço.
(zailda coirano)
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Cortiço
Tudo ganha cor e movimento quando as mulheres chegam em casa. Claro que os homens também trabalham mas quando retornam ao lar nem se nota. Entretanto a chegada das mulheres é seguida de intensa atividade, barulho de pratos e roupas sendo lavados, música, água corrente. As mulheres movem o mundo, pelo menos aqui onde eu moro.
(zailda coirano)
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Férias escolares... quem inventou isso?
Haja Deus! Você se pergunta quando sai a próxima nave pra Marte, quem sabe aceitam seus pestinhas lá? Pode até parecer insensível de minha parte dizer coisas como essas, mas vai manter a casa limpa e trabalhar fora com uns 2 ou 3 destes em casa comendo e brigando pra ver se você também não perde toda a sua sensibilidade. Tem hora que dá vontade de sair correndo e largar tudo ao Deus dará...
Calma... nem tudo está perdido! Conte até mil, se precisar conte até um milhão e agüente firme, essas férias são apenas de 3 semanas, em breve a molecada estará de volta pra escola e você com algum tempo livre pra você.
Será?
(zailda coirano)
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Férias de meio-período
Descansar? Eu disse descansar? Mas os planos para as férias incluem tudo, menos isso! Já planejo uma faxina geral na casa, daquelas que deixam o gato tão contrariado que some por uma semana! E tome escovão, vassoura e pano de chão!
Depois uma organizada nos armários, que já estão com tudo misturado. Durante a semana não dá mesmo pra arrumar. E trocar alguns móveis de lugar, já estou cansada dessa posição.
Ah, também há muitas coisas práticas a fazer, como regularizar CPF, passar no banco pra pegar um cartão, depois recadastramento do INSS. Quem sabe dá tempo de ir ao dentista?
Virgem Santa, também havia proposto a mim mesma começar a fazer caminhada de manhã, quem sabe freqüentar uma academia? E também tem a dieta... preciso comprar legumes, frutas e verduras... leite desnatado... margarina light... tenho que fazer uma lista.
E comprar um caderno para organizar melhor as postagens do blog, assim quando tiver uma idéia já anoto na hora, não há perigo de esquecer. Tenho também que dar uma geral neles, alguns andam meio esquecidos.
Pintar o cabelo, fazer uma depilação geral, manicure, pedicure. Separar roupas e sapatos que não uso mais... Ah, meu Deus, tanta coisa... Será que duas semanas serão suficientes?
E quando é que eu vou descansar?
(zailda coirano0
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Dia de folga
Hoje é minha folga e portanto pressupõe-se que eu tenha tempo para descansar, mas qual! Lavei roupa durante umas três horas seguidas, fiquei às voltas com fogão e pia umas duas, uma hora e meia na faxina, agora estou me preparando psicologicamente para enfrentar tarefas que tenho para corrigir e preparação de aulas de sábado. Tenho uma previsão de pelo menos três horas para essas atividades. Mas antes tenho que ir fazer umas comprar para abastecer a despensa e a geladeira. E está um frio danado, ainda por cima chovendo ou garoando, sei lá, ainda não botei a cara pra fora de casa...
Se contar todas essas horas que eu passei executando tarefas domésticas ou relacionadas ao trabalho, vai ver que dá mais tempo que eu passei acordada hoje, milagre da matemática que só as mulheres conseguem.
Quer saber, dou meu dia de folga pra quem quiser, já estou ficando cansada...
(zailda coirano)
terça-feira, 20 de maio de 2008
Faltam vagas nas creches
Para as mães que trabalham é muito complicado não ter com quem deixar os filhos porque não são todas que têm condições de contratar uma babá. O custo inviabilizaria para muitas o trabalho, já que as despesas se igualariam ou superariam os ganhos. Eu sempre me perguntei onde as empregadas domésticas deixavam os filhos e a resposta é clara: nas creches. Mas não só elas, há um número crescente de profissionais de todas as áreas que necessitam de um lugar para deixar os filhos enquanto trabalham.
Segundo a lei as próprias empresas deveriam manter uma creche em suas instalações a partir de um certo número de funcionárias, mas a lei raramente é cumprida e se faz vista grossa para isso. Como medida paliativa, muitas fazem parcerias com prefeituras, minimizando o problema, mas em bairros onde residem famílias de baixa renda e em favelas é comum as crianças serem deixadas sós, trancadas em casa e são freqüentes os acidentes.
Se a iniciativa privada e as prefeituras não tomarem para si a responsabilidade de criar vagas suficientes para abrigar os filhos das trabalhadoras, como esperam que as mesmas trabalhem? Ou será que partilham da opinião de nossos antepassados, de que lugar de mulher é em casa? Quem nos dera...
(zailda coirano)
domingo, 18 de maio de 2008
Mudança no estilo de vida
Hoje muitos são obrigados a comer fora, em restaurantes, ou a fazer lanches rápidos durante o dia. Com isso aumentaram os casos de obesidade e outras doenças relacionadas ao peso e à alimentação desequilibrada. Um ponto para as mulheres, porque mesmo antes de os médicos alardearem o valor de uma alimentação equilibrada, com frutas, carne e verduras, a mulher instintivamente já proporcionava aos seus refeições saudáveis e balanceadas, apesar de não saber absolutamente nada a respeito de carbohidratos ou proteínas.
As indústrias também vieram em socorro da mulher criando máquinas que reduzissem o tempo e o esforço que dispendiam no cuidado da casa. No dia das mães aumentam as vendas dessas geringonças, que vão desde máquinas de lavar que centrifugam a roupa a ponto de ser possível passá-las imediatamente depois da lavagem, a aparelhos que retiram e separam o suco da casca das frutas. Há também as lavadoras de louça, vassouras mágicas, máquinas que limpam a vapor... Tudo projetado para que a mulher possa executar as tarefas domésticas de forma mais confortável e tenha tempo para dedicar-se a também contribuir com as despesas da casa.
Seu papel de mãe foi também facilitado pela difusão das fraldas de papel e comidas industrializadas para bebês. Também foram criadas muitas vacinas múltiplas, que com uma única picada imunizam crianças contra várias doenças. Isso aliado ao fato de que as comidas e leites industrializados vêm enriquecidos com ferro, vitaminas e outros componentes necessários à saúde e bom desenvolvimento das crianças diminuiu a mortalidade infantil proporcionando crianças bem desenvolvidas e saudáveis. Antes as famílias tinham 6, 7, 12 filhos mas poucos deles chegavam à vida adulta. Hoje os casais têm em média 2 filhos e normalmente os dois conseguem chegar a ter uma vida adulta e saudável.
As famílias eram compostas por várias gerações e todo trabalho era valorizado, portanto o idoso tinha também seu papel na criação de netos e bisnetos, bem como no cuidado da casa. Dessa forma as doenças senis eram menos freqüentes. Hoje, com a nova mania do "descartável", infelizmente o idoso foi incluído nessa categoria e a cada dia tornam-se mais populares as "casas de repouso" onde muitas famílias, limitadas por questões de espaço e comodidade deixam seus ascendentes e raramente os visitam.
Analisando as mudanças ocorridas nessas décadas percebemos que a mulher teve um papel importante na evolução da sociedade nos últimos 40 ou 50 anos, mas muita coisa ainda precisa mudar para adaptar a sociedade a essa nova mulher que passou de membro passivo a agente modificador de seu meio e da sociedade de modo geral.
(zailda coirano)
sábado, 3 de maio de 2008
Supernanny
Portal Supernanny
domingo, 27 de abril de 2008
Mais um domingo...
Domingo de mulher que trabalha não é mole não... Desde a hora que acordei só lavei roupa, até às 3 da tarde! Roupa acumula, parecem ter vontade própria, a gente vai trabalhar e elas passam o tempo pulando do cabide pro cesto de roupa suja, só pode ser! Nem Cristo, com o milagre da multiplicação dos pães conseguiria algo assim! Parece semente de capim, cada uma que a gente arranca do cesto aparecem mais 10!
E depois de lavar tanta roupa, a pia da cozinha! Tem outra coisa na sua casa onde se junte tanta coisa suja, milagrosamente? A minha parece que está assombrada, os copos e pratos sujos vão brotando uns de dentro dos outros! A gente acaba de lavar e já começam a nascer de novo!
Ai, meus deuses, o domingo está acabando e eu estou aqui: da pia pro tanque, do tanque pra pia! E descansar, que é bom... babau! Ninguém merece!
(zailda)
terça-feira, 11 de março de 2008
Dinheiro, pra quê dinheiro?
Claro que dou valor ao dinheiro, mas um valor relativo. Trabalho pra me sentir útil, pra me sentir realizada, e no fim do mês ainda me dão dinheiro... tudo bem. Com ele eu como, passeio, me visto. Ele é necessário pra viver nessa sociedade. Digamos que seja um mal necessário. Mas não entendo as pessoas que supervalorizam o dinheiro.
Já reparou que as coisas mais importantes da vida não precisam de dinheiro? Amor... tem coisa melhor que amar? Tem coisa melhor que ter alguém pra dividir a vida, aquele alguém que faz seu coração saltar quando aparece? Há coisa melhor que isso? Aquele calor que a gente sente no coração quando está com a pessoa amada não há dinheiro no mundo que pague.
E a amizade? Amigos são um tesouro sem igual. Quem tem amigos nunca está só, sempre tem com quem contar. Quando tudo o mais falhar, conte com os amigos. Não precisam ser muitos, que sejam poucos, mas verdadeiros. Daquele tipo que te conhece a fundo, e mesmo assim gosta de você.
Trabalhar também é muito bom. Como professora, acompanho turmas de alunos desde que entram até se formarem. Quando os vejo recebendo o diploma final, falando inglês ou espanhol fluentes e me lembro de quando chegaram, medrosos, assustados com o monstro de uma língua estrangeira, me dá a maior emoção sentir que contribuí, nem que seja um pouquinho só pra que chegassem até ali.
Duas vezes por ano tem formatura na escola onde trabalho e toda vez é a mesma coisa. Dá o maior chororô. Quando vejo que estão finalmente voando pras suas próprias vidas e conquistas me dá a maior emoção e não consigo me conter, vou às lágrimas mesmo. E por acaso todos os dólares do mundo vão pagar uma emoção dessas?
Há pessoas que só pensam em dinheiro, tenho pena delas porque jamais sentirão todas essas emoções de valor incalculável. Terão vidas vazias e frias como o ouro que acumulam. Seu coração será sempre tão duro quanto as moedas que insistem em acumular. Nunca compreenderão a beleza de um por-de-sol ou a magia do sorriso de uma criança. Jamais sentirão a fascinação de olhar dentro dos olhos da pessoa amada.
Sim, existem pessoas que se vendem. Vendem suas idéias, suas convicções, seus corpos, seus valores. Bem pouco essas coisas valem para elas. Mas sempre achei que as pessoas que se vendem, não vale a pena comprá-las. Têm muito pouco a oferecer. Muito pouco a viver.
Dinheiro tenho pouco, é verdade, somente o suficiente pra viver. Mas se tenho amigos verdadeiros, se tenho um amor verdadeiro, se sinto prazer com meu trabalho... pra que dinheiro?
(escrito por Zailda Mendes)
Esse negócio de idade
Eu não ligo pra esse negócio de idade, acho besteira porque toda vez que eu fico mais velha todo mundo também fica, então... Tenho amigas que se preocupam, que vivem se examinando no espelho à cata de rugas e sempre que encontram alguma ruga nova correm como loucas pra comprar aquele maravilhoso anti-rugas novo à base de sei-lá-o-que.
Levo uma vida super-corrida, quase nem tenho tempo pra almoçar, há dias em que mal dá tempo pra tomar um banho, é aquele banho em que a gente liga o chuveiro e passa correndo por baixo já com a toalha na mão. Enquanto enfio uma perna na calça com uma mão, com a outra vou jogando coisas dentro da bolsa e saio ainda terminando de abotoar a blusa. Portanto, não dá mesmo muito tempo pra ficar bezuntando a cara com essas melecas à base de hormônios.
Gosto de usar roupas leves, jovens e práticas e às vezes sou confundida (de longe, claro) com minhas alunas. Vou ao salão de beleza apenas uma vez por semana, na correria, só pra fazer as unhas da mãos e pés e olhe lá.
Quando me perguntam porque não aparento ter a minha idade (da qual me orgulho, faço questão de dizer que tenho 48) e me perguntam onde está a "fonte da juventude', respondo que é porque minha vida é tão corrida que não me sobra tempo nem pra envelhecer.
Claro, é apenas uma gracinha, quem dera não ter tempo pra me preocupar, pra envelhecer, pra ficar doente... mas acho que nossa aparência está diretamente ligada à nossa mente. Por dentro eu me sinto ainda uma adolescente. Ainda estou pensando o que quero da vida, tenho muitos sonhos, amo muito, sou uma idealista pronta pra mudar o mundo. Tenho muitas idéias, quero aprender muita coisa ainda. O futuro pra mim ainda é uma coisa longa que tenho pela frente, um tempo infindável pra fazer um monte de coisas que ainda quero experimentar e aprender. Ou aprender a fazer melhor.
Acho que o primeiro passo que a gente dá no sentido de envelhecer é se acomodar. O segundo, deixar de sonhar. Não que envelhecer seja ruim, a máquina uma hora começa a emperrar, os cabelos ficam brancos e a pele vai se enrugando. Mas isso é o que tem menos importância. Envelhecer não é sinônimo de deixar de viver nem de desistir de aprender coisas, conhecer pessoas, visitar lugares. O prazer não morre com a juventude e nem o entusiasmo é privilégio dos jovens.
Juventude é apenas uma fase da vida, mas o espírito pode e deve permanecer jovem, atuante, alegre, fresco e atento a tudo o que se passa à sua volta. Velhice é apenas uma fase como outra qualquer, e para não ficar velho existe apenas uma saída: morrer jovem.
(escrito por Zailda Mendes)
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
MULHERES, TRABALHO E FAMÍLIA
A partir da década de 70 até os dias de hoje, a participação das mulheres no mercado de trabalho tem apresentado uma espantosa progressão. Se em 1970 apenas 18% das mulheres brasileiras trabalhavam, chega-se a 2002 com metade delas em atividade.
No entanto, o trabalho das mulheres não depende tão somente da demanda do mercado e das suas qualificações para atendê-la, mas decorre também de uma articulação complexa de características pessoais e familiares. A presença de filhos, associada ao ciclo de vida das trabalhadoras, à sua posição no grupo familiar - como cônjuge, chefe de família etc -, à necessidade de prover ou complementar o sustento do lar , são fatores que estão sempre presentes nas decisões das mulheres de ingressar ou permanecer no mercado de trabalho.
Tradicionalmente, os efeitos da maternidade na vida profissional das mulheres eram evidenciados, até a década de 70, pela diminuição das taxas femininas de atividade a partir da idade de 25 anos, quando, presumivelmente, os filhos eram ainda pequenos.
A partir de meados dos anos 80, entretanto, uma reversão dessa tendência vem se consolidando, indicando que a atividade produtiva fora de casa tornou-se tão importante para as mulheres quanto a maternidade e o cuidado com os filhos. Em primeiro lugar, os efeitos da maternidade no trabalho feminino permanecem, mas foram bastante atenuados, uma vez que as taxas de atividade das mulheres com idade entre 25 e 29 anos passaram a se assemelhar - e até superar - àquelas das mulheres entre 20 e 24 anos.
Ainda que a presença de crianças pequenas seja um limitador real da atividade feminina, outras variáveis podem vir a estimulá-la: a presença de serviços públicos e particulares de atenção à maternidade ( mais comuns em zonas urbanas), a necessidade econômica das famílias para fazer frente, seja ao desemprego de vários de seus membros, seja à renda domiciliar diminuída ou mesmo, ainda que em menor medida, a presença de um maior poder aquisitivo de um segmento de famílias o qual, mesmo na ausência daqueles serviços, propiciam às trabalhadoras o necessário suporte para a sua ausência do lar. É isso que os dados para 1998 parecem sinalizar e que fica ainda mais claro em 2002: neste último ano, a taxa de atividade das mulheres com filhos com idade até 2 anos (51,9%) apresenta-se apenas um pouco menor que aquela total (54,0%) , embora ainda distante da taxa das mulheres com filhos maiores de 7 anos ( 69,1%), as quais, mais liberadas do cuidado com crianças pequenas, podem se dedicar mais integralmente ao trabalho.
Em segundo lugar, as mulheres têm permanecido no mercado de trabalho cada vez por mais tempo: se em 1970 apenas 19% e 15%, respectivamente, das mulheres com idade entre 40 e 49 anos e 50 e 59 anos estavam ativas, em 2002 as taxas de atividade nas mesmas faixas etárias eram, respectivamente, 66,7% e 50%.
Outro indicador , revelador desse movimento , é a crescente participação das cônjuges no mercado de trabalho: num período de 22 anos ( 1980/2002) as suas taxas de atividade passaram de 20 para 56%, portanto, quase triplicando no período.
Também em 2002 , ¼ dos chefes de família brasileiros eram do sexo feminino; entre as regiões do país, a maior taxa se verificou na região Norte (28,7%) e, a menor, na Sul (23,8%) e entre todas as unidades da federação, foi no Amapá onde se verificou a maior proporção de chefes de família do sexo feminino no país (40,7%). Em contrapartida, a menor foi encontrada no Estado de Mato Grosso: apenas 20% dos chefes de família eram mulheres.
Na maioria das unidades da federação, predominam entre as chefes de família as mulheres pretas e pardas e, invariavelmente, o rendimento mensal dos domicílios chefiados por mulheres é inferior àquele dos domicílios cujos chefes são do sexo masculino. Assim, em 2002, 53% das chefes de família contavam com um rendimento domiciliar mensal de até 3 salários-mínimos (SM) e apenas 45% dos chefes do sexo masculino. Observe-se ainda que em menos de 5 anos, entre 1998 e 2002 o nível de rendimento das famílias, sejam elas chefiadas por homens ou mulheres se deteriorou visivelmente: em 1998, 35,3% e 42,4% dos domicílios chefiados, respectivamente, por homens e mulheres auferiam até 3 SM mensais.
É possível afirmar, portanto, que, no âmbito da oferta de trabalhadoras, tem havido significativas mudanças. Restam, no entanto, algumas continuidades que dificultam a dedicação das mulheres ao trabalho ou fazem dela uma trabalhadora de segunda categoria. Em primeiro lugar, as mulheres seguem sendo as principais responsáveis pelas atividades domésticas e pelo cuidado com os filhos e demais familiares, o que representa uma sobrecarga para aquelas que também realizam atividades econômicas. Exemplificando concretamente essa sobrecarga, confronte-se a grande diferença existente entre a dedicação masculina e a feminina aos afazeres domésticos: os homens gastam nessas atividades, em média, 10,6 horas por semana e as mulheres, 27,2 horas. Outra medida é o número de horas mais freqüente dedicado a essas tarefas: 7 horas semanais para os homens e 20 horas para as mulheres.
Estando ou não no mercado, todas as mulheres são donas-de-casa e realizam tarefas que, mesmo sendo indispensáveis para a sobrevivência e o bem-estar de todos os indivíduos, são desvalorizadas e desconsideradas nas estatísticas, que as classifica como "inativas, cuidam de afazeres domésticos". Numa perspectiva conservadora, passando a considerar na taxa de atividade feminina o percentual das mulheres que, em 2002, se dedicavam exclusivamente aos afazeres domésticos (ou as donas-de-casa em "período integral") , a taxa de atividade global das mulheres seria muito superior,_ 72,3%, praticamente empatando com a dos homens.
Essas grandes tendências verificadas na interface "trabalho feminino e família" - além de vários outros detalhamentos-, podem ser visualizadas nas tabelas que se seguem.
Dia de Folga
Estou aqui na frente do pc blogando enquanto meu marido está deitado e vez por outra pede minha atenção. Enquanto escrevo fico com um olho no texto e outro no relógio porque daqui a pouco tenho que tomar banho e ir a uma reunião na escola.
Desde a hora que me levantei me vi às voltas com uma pilha de louça na pia da cozinha e uma montanha de roupa para lavar. Depois curti uma de cozinheira, queimando algumas panelas para produzir algo comestível para alimentar a mim e à minha cara-metade que agora vê TV entre um cochilo e outro e vez por outra me pede um café.
Quando voltar da reunião com novas idéias para utilizar desde já no meu trabalho, estarei de novo às voltas com as panelas e depois destas vou preparar uma aula para amanhã. Ufa....... já estou cansada!
(zailda mendes)
Sinal dos Tempos
Antigamente as mulheres ficavam em casa enquanto que a sobrevivência era garantida pelos membros masculinos da família: seu pai, irmão, marido, filho... Hoje a coisa mudou porque a mulher saiu de casa, talvez forçada pelas circunstâncias a princípio, mas a cada dia mais e mais mulheres descobrem o prazer de realizar-se profissionalmente e muitas não têm apenas um emprego, seguem uma carreira profissional.
O preço a pagar é alto, porque saímos de casa para trabalhar fora, com horários e responsabilidades a cumprir mas continuamos com um pé na senzala: somos as detentoras do ônus do trabalho doméstico, educação dos filhos e administração do lar.
Ainda por cima nos cobramos um tempo para nós mesmas, para simplesmente fazer aquelas coisas que nos dão prazer. E esse tempo anda cada vez mais escasso, pois temos que dividí-lo com marido, filhos, empregada, cachorro, papagaio, chefe, colegas, alunos. O que nos sobra nem sempre é o suficiente para freqüentar aquela academia perto de casa, ler um bom livro ou ver um bom filme.
Estamos sempre às voltas com mil coisas para fazer e nos cobramos a perfeição naquelas que já executamos. Onde arranjar tempo pra tudo é algo que ainda nenhum manual nos esclareceu. Os problemas que enfrentamos por essa absoluta falta de tempo e essa energia toda que temos que dispender fazendo verdadeiros malabarismos para não deixar a peteca cair são o alvo da discussão nesse blog.
(zailda mendes)