terça-feira, 11 de novembro de 2008

Assédio sexual

Imagino que toda mulher já sofreu, sofre ou sofrerá assédio sexual no ambiente de trabalho. O que caracteriza o assédio é o uso do poder hierárquico para exigir ou coagir a mulher para obter favores sexuais.

Demorou para que a legislação abrisse os olhos para esse autêntico crime cometido contra as trabalhadoras que necessitam de seu emprego para viver. E muitas de nós preferem ganhar o pão de cada dia com dignidade, ou seja, fazendo exatamente aquilo que somos pagas para fazer, não incluindo aí favores de qualquer natureza, principalmente a sexual.

Há chefes e chefes, alguns acham que por ter mulheres sob suas ordens podem usar e abusar, fazer gracinhas de mau-gosto ou pressioná-las pra que o sirvam de outras formas que não estão explicitamente mencionadas no contrato de trabalho.

Infelizmente a justiça abre-nos uma porta para um cômodo vazio quando nos acena com a possibilidade de recorrer a ela em caso de assédio. Os casos dessa natureza são difíceis de comprovar, já que as possíveis testemunhas também estão sob o jugo do réu. Dificilmente um colega de trabalho irá testemunhar contra o patrão, e há casos em que a funcionária conseguiu provar o assédio mas foi demitida a seguir.

A justiça também vê a mulher que queixa-se de assédio como uma possível golpista. A exemplo do que acontece com as que se queixam de estupro, elas são tratadas como se fossem elas as criminosas e não o acusado.

Ainda impera entre nós o pensamento machista de que se o homem avançou o sinal é porque a mulher permitiu ou o fez pensar que seria bem-vindo, seja por seu comportamento ou por sua maneira de vestir-se. Ou seja, para provar o assédio primeiro a mulher TEM QUE PROVAR QUE NÃO PARTIU DELA O CONVITE, mesmo que indiretamente.

Muitos chefes ainda se justificam alegando que "ela dava bola" ou "também, olha a roupa que ela veste", como se o modo de uma pessoa trajar-se fosse um convite implícito para o sexo. O fato de uma mulher usar uma calça justa, uma blusa decotada ou uma saia curta não dá a ninguém o direito de vir com gracejos ou fazer propostas cabeludas. O fato de ser bonita, alegre e comunicativa não dá a ninguém o direito de aproximar-se e pressioná-la para obter dela favores sexuais.

Apesar de todas as dificuldades, ainda acredito piamente que a mulher não deve abaixar a cabeça, e mesmo não concordando, ouvir calada e agüentar as pressões dessa natureza. Rendemos bem em um ambiente de trabalho saudável e agradável. Portanto se seu chefe vier com gracejos não solicitados corte, ameace, esbraveje. E se for o caso, denuncie.

assinatura

Gostou do blog? Recomende e volte sempre!
Contato

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails