sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

MULHERES, TRABALHO E FAMÍLIA

A partir da década de 70 até os dias de hoje, a participação das mulheres no mercado de trabalho tem apresentado uma espantosa progressão. Se em 1970 apenas 18% das mulheres brasileiras trabalhavam, chega-se a 2002 com metade delas em atividade.

No entanto, o trabalho das mulheres não depende tão somente da demanda do mercado e das suas qualificações para atendê-la, mas decorre também de uma articulação complexa de características pessoais e familiares. A presença de filhos, associada ao ciclo de vida das trabalhadoras, à sua posição no grupo familiar - como cônjuge, chefe de família etc -, à necessidade de prover ou complementar o sustento do lar , são fatores que estão sempre presentes nas decisões das mulheres de ingressar ou permanecer no mercado de trabalho.

Tradicionalmente, os efeitos da maternidade na vida profissional das mulheres eram evidenciados, até a década de 70, pela diminuição das taxas femininas de atividade a partir da idade de 25 anos, quando, presumivelmente, os filhos eram ainda pequenos.

A partir de meados dos anos 80, entretanto, uma reversão dessa tendência vem se consolidando, indicando que a atividade produtiva fora de casa tornou-se tão importante para as mulheres quanto a maternidade e o cuidado com os filhos. Em primeiro lugar, os efeitos da maternidade no trabalho feminino permanecem, mas foram bastante atenuados, uma vez que as taxas de atividade das mulheres com idade entre 25 e 29 anos passaram a se assemelhar - e até superar - àquelas das mulheres entre 20 e 24 anos.

Ainda que a presença de crianças pequenas seja um limitador real da atividade feminina, outras variáveis podem vir a estimulá-la: a presença de serviços públicos e particulares de atenção à maternidade ( mais comuns em zonas urbanas), a necessidade econômica das famílias para fazer frente, seja ao desemprego de vários de seus membros, seja à renda domiciliar diminuída ou mesmo, ainda que em menor medida, a presença de um maior poder aquisitivo de um segmento de famílias o qual, mesmo na ausência daqueles serviços, propiciam às trabalhadoras o necessário suporte para a sua ausência do lar. É isso que os dados para 1998 parecem sinalizar e que fica ainda mais claro em 2002: neste último ano, a taxa de atividade das mulheres com filhos com idade até 2 anos (51,9%) apresenta-se apenas um pouco menor que aquela total (54,0%) , embora ainda distante da taxa das mulheres com filhos maiores de 7 anos ( 69,1%), as quais, mais liberadas do cuidado com crianças pequenas, podem se dedicar mais integralmente ao trabalho.

Em segundo lugar, as mulheres têm permanecido no mercado de trabalho cada vez por mais tempo: se em 1970 apenas 19% e 15%, respectivamente, das mulheres com idade entre 40 e 49 anos e 50 e 59 anos estavam ativas, em 2002 as taxas de atividade nas mesmas faixas etárias eram, respectivamente, 66,7% e 50%.

Outro indicador , revelador desse movimento , é a crescente participação das cônjuges no mercado de trabalho: num período de 22 anos ( 1980/2002) as suas taxas de atividade passaram de 20 para 56%, portanto, quase triplicando no período.

Também em 2002 , ¼ dos chefes de família brasileiros eram do sexo feminino; entre as regiões do país, a maior taxa se verificou na região Norte (28,7%) e, a menor, na Sul (23,8%) e entre todas as unidades da federação, foi no Amapá onde se verificou a maior proporção de chefes de família do sexo feminino no país (40,7%). Em contrapartida, a menor foi encontrada no Estado de Mato Grosso: apenas 20% dos chefes de família eram mulheres.

Na maioria das unidades da federação, predominam entre as chefes de família as mulheres pretas e pardas e, invariavelmente, o rendimento mensal dos domicílios chefiados por mulheres é inferior àquele dos domicílios cujos chefes são do sexo masculino. Assim, em 2002, 53% das chefes de família contavam com um rendimento domiciliar mensal de até 3 salários-mínimos (SM) e apenas 45% dos chefes do sexo masculino. Observe-se ainda que em menos de 5 anos, entre 1998 e 2002 o nível de rendimento das famílias, sejam elas chefiadas por homens ou mulheres se deteriorou visivelmente: em 1998, 35,3% e 42,4% dos domicílios chefiados, respectivamente, por homens e mulheres auferiam até 3 SM mensais.

É possível afirmar, portanto, que, no âmbito da oferta de trabalhadoras, tem havido significativas mudanças. Restam, no entanto, algumas continuidades que dificultam a dedicação das mulheres ao trabalho ou fazem dela uma trabalhadora de segunda categoria. Em primeiro lugar, as mulheres seguem sendo as principais responsáveis pelas atividades domésticas e pelo cuidado com os filhos e demais familiares, o que representa uma sobrecarga para aquelas que também realizam atividades econômicas. Exemplificando concretamente essa sobrecarga, confronte-se a grande diferença existente entre a dedicação masculina e a feminina aos afazeres domésticos: os homens gastam nessas atividades, em média, 10,6 horas por semana e as mulheres, 27,2 horas. Outra medida é o número de horas mais freqüente dedicado a essas tarefas: 7 horas semanais para os homens e 20 horas para as mulheres.

Estando ou não no mercado, todas as mulheres são donas-de-casa e realizam tarefas que, mesmo sendo indispensáveis para a sobrevivência e o bem-estar de todos os indivíduos, são desvalorizadas e desconsideradas nas estatísticas, que as classifica como "inativas, cuidam de afazeres domésticos". Numa perspectiva conservadora, passando a considerar na taxa de atividade feminina o percentual das mulheres que, em 2002, se dedicavam exclusivamente aos afazeres domésticos (ou as donas-de-casa em "período integral") , a taxa de atividade global das mulheres seria muito superior,_ 72,3%, praticamente empatando com a dos homens.

Essas grandes tendências verificadas na interface "trabalho feminino e família" - além de vários outros detalhamentos-, podem ser visualizadas nas tabelas que se seguem.

Dia de Folga

Estou aqui na frente do pc blogando enquanto meu marido está deitado e vez por outra pede minha atenção. Enquanto escrevo fico com um olho no texto e outro no relógio porque daqui a pouco tenho que tomar banho e ir a uma reunião na escola.

Desde a hora que me levantei me vi às voltas com uma pilha de louça na pia da cozinha e uma montanha de roupa para lavar. Depois curti uma de cozinheira, queimando algumas panelas para produzir algo comestível para alimentar a mim e à minha cara-metade que agora vê TV entre um cochilo e outro e vez por outra me pede um café.

Quando voltar da reunião com novas idéias para utilizar desde já no meu trabalho, estarei de novo às voltas com as panelas e depois destas vou preparar uma aula para amanhã. Ufa....... já estou cansada!

(zailda mendes)

Sinal dos Tempos

Antigamente as mulheres ficavam em casa enquanto que a sobrevivência era garantida pelos membros masculinos da família: seu pai, irmão, marido, filho... Hoje a coisa mudou porque a mulher saiu de casa, talvez forçada pelas circunstâncias a princípio, mas a cada dia mais e mais mulheres descobrem o prazer de realizar-se profissionalmente e muitas não têm apenas um emprego, seguem uma carreira profissional.

O preço a pagar é alto, porque saímos de casa para trabalhar fora, com horários e responsabilidades a cumprir mas continuamos com um pé na senzala: somos as detentoras do ônus do trabalho doméstico, educação dos filhos e administração do lar.

Ainda por cima nos cobramos um tempo para nós mesmas, para simplesmente fazer aquelas coisas que nos dão prazer. E esse tempo anda cada vez mais escasso, pois temos que dividí-lo com marido, filhos, empregada, cachorro, papagaio, chefe, colegas, alunos. O que nos sobra nem sempre é o suficiente para freqüentar aquela academia perto de casa, ler um bom livro ou ver um bom filme.

Estamos sempre às voltas com mil coisas para fazer e nos cobramos a perfeição naquelas que já executamos. Onde arranjar tempo pra tudo é algo que ainda nenhum manual nos esclareceu. Os problemas que enfrentamos por essa absoluta falta de tempo e essa energia toda que temos que dispender fazendo verdadeiros malabarismos para não deixar a peteca cair são o alvo da discussão nesse blog.

(zailda mendes)

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Quem sou eu



Sou casada e tenho 4 filhos adultos e 1 filho adolescente. Sou professora de inglês e espanhol desde 1998. Gosto de ler, escrever, ver filmes, ouvir música. Adoro internet e a uso não só como diversão mas também a trabalho, aproximando-me de meus alunos e colegas, compartilhando material. Também uso a internet para pesquisas em diversas áreas e para ficar sempre em dia com novidades que possa usar em minha profissão.

Nas (poucas) horas vagas desenho blogs e escrevo. Escrevo crônicas, artigos, revisões, trabalhos de escola, poesia. Quero aprender a desenhar também.

Além do inglês e espanhol também falo alemão, italiano, francês e japonês. Adoro idiomas e gramática de modo geral, pretendo aprender mais alguns enquanto estiver aqui no andar de baixo.

Tive educação católica e creio em Deus, mas não sigo nenhuma religião, portanto sou agnóstica. Sou corintiana e petista e moro em Diadema - berço do PT.

Estou em diversos sites e grupos, tenho redes e comunidades na internet. Abaixo segue a lista de meus blogs, talvez lhe interessem:

Coelho da Cartola (dinâmicas e jogos em sala de aula)

Diadema (sobre minha cidade)

Corintiana até a morte (é o que eu sou, como milhões de brasileiros)

Mulher que trabalha (dura a vida com três turnos diários, melhor compartilhar)

TV e Seriados (adoro...)

Zaildianas (minhas teorias e filosofia básica para o dia-a-dia, que dizem que só funcionam comigo, mas não custa tentar)

MPB (meu gênero musical favorito)

Amando Muito (também tenho um lado romântico, por quê não?)

Layouts e Dicas (um projeto que ainda vou levar adiante)

Labirinto (um pouco de tudo)

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