Quando trabalhamos fora às vezes nos sentimos sobrecarregadas – ou pelo menos eu às vezes me sinto assim. Acontece de me sentir como se estivesse atolada até o pescoço em responsabilidades, sendo cobrada e pressionada a todo momento e de todos os lados.
Quando começamos a nos sentir dessa forma é hora de parar e respirar. Vamos reavaliar nossas tarefas e obrigações diárias e talvez você chegue à mesma conclusão que eu: assumimos mais responsabilidades do que podemos cumprir.
Abarcar o mundo com os braços
Acho que as mulheres não nasceram com aquele botão de “stop” que os homems parecem ter e usar sempre que possível. Se temos que ir ao banco, pagar as contas, fazer hora extra no escritório, levar o bebê ao pediatra e entrevistar candidatas a babá e o marido pede que levemos o carro à oficina para uma revisão, em vez de: “hoje não dá, essa semana não dá, nessa vida não dá”, dizemos sorridentes:
- Pode deixar comigo que eu “dou um jeito”.
Claro que vamos nos arrepender amargamente desse momento durante a semana, todas as vezes que o marido perguntar se levamos o carro à maldita oficina e tivermos que admitir que infelizmente a kriptonita fez com que perdêssemos nossos superpoderes e por isso não foi possível.
Acho que no fundo toda mulher queria ser a Mulher Maravilha quando era criança – e continua querendo. Vai querendo, minha filha, vai querendo. Mas tenha em mente que a Mulher Maravilha era ficção, que não dá pra fazer tudo ao mesmo tempo, que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço (ou para nossa situação, um corpo não ocupa dois lugares ao mesmo tempo) e a não ser que você providencie urgentemente um clone (ou dois, três) vai ficar sempre devendo – e sendo cobrada.
Cobranças
As cobranças cansam, mas só é cobrado quem se comprometeu a fazer. Se você (como parece que toda mulher) não consegue dizer um “não” bem redondo assim na lata e com cara de poucos amigos – tipo “não insista porque não vai rolar”, comece treinando com um “talvez”.
“Talvez” não dói e não concede ao outro o direito de cobrar depois. Afinal você disse “talvez” e “talvez” implica que “pode ser que sim, pode ser que não”.
Mesmo assim – claro – uma cobrança implícita vai rolar, portanto o melhor é partir do “talvez” para nuances personalizadas de “não”:
- Essa semana não dá.
- Esse mês não dá.
- Nessa vida não dá.
Cada um por si
E não complete “e eu por todos”. Seria impossível, portanto contente-se em fazer o que precisa fazer e ninguém fará por você. Não se sobrecarregue porque além de não conseguir fazer, vai ter que aturar a cobrança de cabeça baixa e resignada com sua incompetência para exercer os superpoderes que nem você nem eu temos.
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