terça-feira, 11 de março de 2008

Dinheiro, pra quê dinheiro?

Claro que dou valor ao dinheiro, mas um valor relativo. Trabalho pra me sentir útil, pra me sentir realizada, e no fim do mês ainda me dão dinheiro... tudo bem. Com ele eu como, passeio, me visto. Ele é necessário pra viver nessa sociedade. Digamos que seja um mal necessário. Mas não entendo as pessoas que supervalorizam o dinheiro.

Já reparou que as coisas mais importantes da vida não precisam de dinheiro? Amor... tem coisa melhor que amar? Tem coisa melhor que ter alguém pra dividir a vida, aquele alguém que faz seu coração saltar quando aparece? Há coisa melhor que isso? Aquele calor que a gente sente no coração quando está com a pessoa amada não há dinheiro no mundo que pague.

E a amizade? Amigos são um tesouro sem igual. Quem tem amigos nunca está só, sempre tem com quem contar. Quando tudo o mais falhar, conte com os amigos. Não precisam ser muitos, que sejam poucos, mas verdadeiros. Daquele tipo que te conhece a fundo, e mesmo assim gosta de você.

Trabalhar também é muito bom. Como professora, acompanho turmas de alunos desde que entram até se formarem. Quando os vejo recebendo o diploma final, falando inglês ou espanhol fluentes e me lembro de quando chegaram, medrosos, assustados com o monstro de uma língua estrangeira, me dá a maior emoção sentir que contribuí, nem que seja um pouquinho só pra que chegassem até ali.

Duas vezes por ano tem formatura na escola onde trabalho e toda vez é a mesma coisa. Dá o maior chororô. Quando vejo que estão finalmente voando pras suas próprias vidas e conquistas me dá a maior emoção e não consigo me conter, vou às lágrimas mesmo. E por acaso todos os dólares do mundo vão pagar uma emoção dessas?

Há pessoas que só pensam em dinheiro, tenho pena delas porque jamais sentirão todas essas emoções de valor incalculável. Terão vidas vazias e frias como o ouro que acumulam. Seu coração será sempre tão duro quanto as moedas que insistem em acumular. Nunca compreenderão a beleza de um por-de-sol ou a magia do sorriso de uma criança. Jamais sentirão a fascinação de olhar dentro dos olhos da pessoa amada.

Sim, existem pessoas que se vendem. Vendem suas idéias, suas convicções, seus corpos, seus valores. Bem pouco essas coisas valem para elas. Mas sempre achei que as pessoas que se vendem, não vale a pena comprá-las. Têm muito pouco a oferecer. Muito pouco a viver.

Dinheiro tenho pouco, é verdade, somente o suficiente pra viver. Mas se tenho amigos verdadeiros, se tenho um amor verdadeiro, se sinto prazer com meu trabalho... pra que dinheiro?

(escrito por Zailda Mendes)

Esse negócio de idade

Eu não ligo pra esse negócio de idade, acho besteira porque toda vez que eu fico mais velha todo mundo também fica, então... Tenho amigas que se preocupam, que vivem se examinando no espelho à cata de rugas e sempre que encontram alguma ruga nova correm como loucas pra comprar aquele maravilhoso anti-rugas novo à base de sei-lá-o-que.

Levo uma vida super-corrida, quase nem tenho tempo pra almoçar, há dias em que mal dá tempo pra tomar um banho, é aquele banho em que a gente liga o chuveiro e passa correndo por baixo já com a toalha na mão. Enquanto enfio uma perna na calça com uma mão, com a outra vou jogando coisas dentro da bolsa e saio ainda terminando de abotoar a blusa. Portanto, não dá mesmo muito tempo pra ficar bezuntando a cara com essas melecas à base de hormônios.

Gosto de usar roupas leves, jovens e práticas e às vezes sou confundida (de longe, claro) com minhas alunas. Vou ao salão de beleza apenas uma vez por semana, na correria, só pra fazer as unhas da mãos e pés e olhe lá.

Quando me perguntam porque não aparento ter a minha idade (da qual me orgulho, faço questão de dizer que tenho 48) e me perguntam onde está a "fonte da juventude', respondo que é porque minha vida é tão corrida que não me sobra tempo nem pra envelhecer.

Claro, é apenas uma gracinha, quem dera não ter tempo pra me preocupar, pra envelhecer, pra ficar doente... mas acho que nossa aparência está diretamente ligada à nossa mente. Por dentro eu me sinto ainda uma adolescente. Ainda estou pensando o que quero da vida, tenho muitos sonhos, amo muito, sou uma idealista pronta pra mudar o mundo. Tenho muitas idéias, quero aprender muita coisa ainda. O futuro pra mim ainda é uma coisa longa que tenho pela frente, um tempo infindável pra fazer um monte de coisas que ainda quero experimentar e aprender. Ou aprender a fazer melhor.

Acho que o primeiro passo que a gente dá no sentido de envelhecer é se acomodar. O segundo, deixar de sonhar. Não que envelhecer seja ruim, a máquina uma hora começa a emperrar, os cabelos ficam brancos e a pele vai se enrugando. Mas isso é o que tem menos importância. Envelhecer não é sinônimo de deixar de viver nem de desistir de aprender coisas, conhecer pessoas, visitar lugares. O prazer não morre com a juventude e nem o entusiasmo é privilégio dos jovens.

Juventude é apenas uma fase da vida, mas o espírito pode e deve permanecer jovem, atuante, alegre, fresco e atento a tudo o que se passa à sua volta. Velhice é apenas uma fase como outra qualquer, e para não ficar velho existe apenas uma saída: morrer jovem.

(escrito por Zailda Mendes)

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